Birigui, 27 de novembro de 2015
Caro amigo (a)
Uma vez me disseram que é preciso ter mais coragem para morrer do que para seguir vivendo, concordo plenamente. Não sabemos o que acontece quando cruzamos a linha, temos deduções baseadas na fé, mas romper o espaço para o desconhecido não é algo que qualquer um possa fazer. O que me intriga são os motivos que levam alguém à isso.
A vida é tão misteriosa quanto a morte, apesar de poder encontrar em qualquer esquina um senhor que te explique como enfrentar esta jornada, não temos manual para os dias difíceis, e a dor costuma ser sentida de maneiras diferentes.
Quando decidimos terminar nossa jornada estamos em um estado lastimável de dor, não encontramos soluções para os problemas, e mesmo que alguém tente nos ajudar, a perspectiva de melhora não parece promissora. Isso é coisa do sofrimento, ele vem calado, começa pequeno e toma proporções gigantescas, insuportáveis.
Mesmo que não possamos enxergar, existe alguém perto de nós que precisa da gente. Não temos dimensão das proporções da morte, ela pode afetar até alguém distante. Quando estamos na beira do precipício, pensamos que não iremos fazer falta, mas não sabemos que levamos outras pessoas conosco, pessoas que nunca irão se recuperar.
Sim, a morte é rápida, e parece compensar nos momentos de dor, mas pensar com outras vertentes pode acabar salvando nossas vidas. Apesar de parecer o contrário, as coisas costumam melhorar, demora, mas o momento esperado chega, continue firme!
Nossa jornada continua, aqui ou lá, isso é imprescindível. Decidir partir não é a solução, por isso, peço que se lembrem: Existe alguém que pode te ajudar, existe um caminho que pode te transformar e existe uma vida que você possa gostar. Sejam Fortes.
Mauricio.
Este texto é dedicado à Caio Cândido, alguém que eu costumava admirar, alguém que decidiu cruzar a linha.
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